Com o crescimento das cidades, desafios como mobilidade, ineficiência nos serviços públicos, déficit habitacional, criminalidade e escassez de recursos hídricos e energéticos tendem a se acentuar, mas há luz no fim do túnel
Há cidades de vários portes: pequenas, de tamanho médio, até chegar a megacidades, ou megalópoles. Um dado que define uma megacidade é uma área metropolitana com uma população total de mais de 10 milhões de pessoas. Esse parâmetro elenca 35 megacidades no mundo, segundo estudo publicado pela revista The Economist em fevereiro de 2015. Nesse conjunto, São Paulo fica na 11ª posição, com uma área metropolitana que abriga mais de 20 milhões de habitantes, e que deve superar os 23 milhões até 2030, de acordo com a projeção divulgada pela revista inglesa.
Esses grandes aglomerados urbanos – e outros nem tão grandes assim – costumam padecer das mesmas dificuldades. É o que esclarece o professor do Departamento de Engenharia de Produção da Poli-USP Leandro Patah: “Os principais problemas das grandes cidades giram em torno de questões como desemprego, déficit habitacional, mobilidade, ineficiência nos serviços oferecidos aos cidadãos, criminalidade, drogas, pobreza, falta de água, riscos crescentes à saúde e stress”.
Esses problemas são menos comuns em pequenas cidades, onde a vida é mais tranquila. “Há problemas na área de saúde, por exemplo, mas outras questões, como mobilidade ou stress, não são representativas. Já nas grandes cidades, é aquela complicação que a gente já sabe”, complementa o professor.
Para ser considerada inteligente, uma cidade precisa ter uma visão de desenvolvimento urbano com o objetivo de integrar múltiplas soluções de tecnologias de informação e comunicação (TIC) de uma forma segura para gerenciar os ativos de um município. “Ou seja, os recursos de uma cidade precisam ser bem geridos para prover a qualidade de vida dos cidadãos”, explica Patah. Esses ativos compreendem desde departamentos locais de TI, escolas e bibliotecas, sistemas de transporte, hospitais, iluminação pública e usinas de energia, estacionamentos públicos, até as redes de abastecimento de água, serviços de coleta de lixo, limpeza de ruas e a segurança.
O responsável pela área de desenvolvimento de negócios da certificação AQUA-HQE, da Fundação Vanzolini, Bruno Casagrande, lembra de outros elementos que farão de uma cidade mais, ou menos, inteligente. “Penso que, na verdade, a smart city é a integração entre uma boa gestão de recursos, o planejamento urbano, o uso de tecnologias, mas o cerne da coisa são as pessoas. Trata-se de promover uma boa relação entre as pessoas e a cidade, de uma forma mais afetuosa, inclusive”, diz o arquiteto.
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