quarta-feira, 13 de junho de 2018

Inteligência em favor da qualidade de vida nas cidades


Site do Conecticidade – Laboratório de Cidades, Tecnologia e Urbanismo reúne acervo de palestras, apresentações e notícias do núcleo de pesquisa sobre smart cities

Lançado no ano passado, o Conecticidade – Laboratório de Cidades, Tecnologia e Urbanismo do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (PRO-POLI-USP) – tem agora um site que reúne as diversas atividades do núcleo de pesquisa sobre smart cities, as chamadas cidades inteligentes.


O grupo multidisciplinar, que conta com a participação da Diretoria de Certificação da Fundação Vanzolini, tem como temas de pesquisa disposições técnicas, tecnológicas e de projeto que visam à melhoria e à supervisão do funcionamento e operação dos sistemas que compõem uma cidade, como abastecimento de água e de energia elétrica, coleta e tratamento de esgoto sanitário e de resíduos sólidos, iluminação pública, acessibilidade, mobilidade, segurança, acesso à internet, gestão integrada e planejamento.

Conteúdo

No site, é possível acompanhar eventos e consultar materiais produzidos pelo núcleo, disponíveis para a visualização.

Entre as atividades mais recentes do Conecticidade, está a organização de uma série de palestras gratuitas. A terceira delas será realizada no dia 20 de junho, das 9h às 12h, no Centro de Treinamentos da Fundação Vanzolini como parte do ciclo Noite e Dia. Com o título “A Utilização da Arquitetura Tecnológica Blockchain em um Sistema de Gestão de Resíduos Sólidos Municipais”, o encontro conduzido por Antônio de S. Limongi França vai tratar do uso da Blockchain como ferramenta de garantia da integridade da informação e aumento relevante dos benefícios gerados nas áreas de saúde, meio ambiente, educação, economia regional e finanças familiares (saiba mais).

A segunda palestra da série, ocorrida em maio, levou ao auditório do PRO, na USP, interessados no tema “Conecticidade: Panorama de Aplicações de Conceitos de Smart Cities na Região de São Paulo”. Ministrado pelo professor Marcelo Pessôa e pelo aluno de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Poli-USP Marcel Fernandes Dallaqua, o evento traçou um panorama de aplicações de conceitos de smart cities na região de São Paulo, com especial atenção para o modelo conceitual de cidade inteligente, a aplicação do modelo em cidades na região de São Paulo, os desafios, tecnologias e integração da gestão e a relação entre nível tecnológico e qualidade de vida.

Sustentabilidade na construção civil e tecnologia

A abertura do ciclo, em 18 de abril, ficou a cargo do professor José Joaquim do Amaral Ferreira, diretor de certificação da Fundação Vanzolini, que apresentou o tema “Sustentabilidade Ambiental na Construção Civil”. Depois de uma introdução sobre a evolução do ser humano no planeta e o crescimento de consumo de recursos, Amaral Ferreira abordou pontos como os três vetores da sustentabilidade (ambiental, social e econômico), para então falar do setor da construção civil, seus impactos ambientais e a necessidade de torná-lo mais sustentável. Como forma de atestar essa sustentabilidade, explicou os conceitos da certificação AQUA-HQE – metodologia brasileira para avaliação e certificação da alta qualidade ambiental de empreendimentos. De acordo com o coordenador do Conecticidade, o professor do PRO Leandro Patah, “uma das metas das nossas pesquisas é desenvolver uma certificação para cidades inteligentes”. Veja no site a apresentação completa.

O evento de lançamento do ciclo contou ainda com as palestras dos professores Marcelo Pessôa e Manuel Martins. Pessôa focou questões ligadas à “Gestão de Cidades Inteligentes e Sustentáveis – Tecnologia”. O especialista tratou da evolução das tecnologias, sobretudo as voltadas para a comunicação, das telecomunicações, automação, convergência tecnológica e visão sistêmica (conhecimento essencial para abordar sistemas complexos como são as cidades). Segundo o professor, a expectativa para as cidades inteligentes “é o uso massivo de tecnologias que permitam a captura de informações em toda a área supervisionada”. Veja no site a apresentação completa.

Manuel Martins contribuiu com o debate por meio de uma análise sobre “As Cidades Inteligentes e o Planejamento Urbano Sustentável”. Em sua apresentação, abordou a cooperação técnica entre o Brasil e a França para a certificação AQUA-HQE, critérios de avaliação do planejamento urbano sustentável, traçou um panorama dos dez anos do Processo AQUA no Brasil, e teceu comentários sobre o referencial técnico, enfocando o sistema de gestão, indicadores de desempenho, categorias temáticas e a relação entre cidades inteligentes e o AQUA Bairros. Veja no site a apresentação completa.

Além desses arquivos, o acervo do site reúne trabalhos relevantes apresentados em seminários e estudos de caso.

Ao lado da Fundação Vanzolini, participam do Conecticidade a Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (AsBEA), membros da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Contagem regressiva


Em encontro com consultores, especialista da Vanzolini alerta para o encerramento do prazo de transição para a ISO 9001:2015 e destaca aspectos relevantes da nova versão

Como você já deve saber, o prazo de transição da norma ISO 9001 para a versão 2015 se encerra em 14 de setembro de 2018. Tendo em vista que o tempo está correndo e muitas organizações ainda não concluíram a migração, a diretoria de Certificação da Fundação Vanzolini organizou em março, em sua unidade na Avenida Paulista, um encontro com consultores de sistema de gestão para debater as principais alterações propostas na nova versão da norma.



A condução do debate ficou a cargo do gerente da Qualidade, Airton Gonzalez, que logo no início de sua apresentação lembrou os presentes de que, os certificados emitidos pela Vanzolini na versão 2008 já tem a validade limite de 14/09/2018. “Estamos chegando no período final para a transição, a data é 14 de setembro. Depois disso os certificados perdem a validade e há cerca de 1,1 milhão de certificados em uso”, alertou o gestor.

Além disso, de acordo com orientação do IAF – International Accreditation Forum (associação mundial para desenvolvimento de princípios e práticas para a condução da avaliação da conformidade), desde março, todas as auditorias de certificação, supervisão e recertificação passaram a ser realizadas no novo padrão 2015. Com isso, deixou claro que não há tempo a perder.

segunda-feira, 12 de março de 2018

Novos paradigmas da construção civil

Método de planejamento e gestão, software e ferramenta útil para empreendedores focados na sustentabilidade, o BIM dialoga com a certificação AQUA-HQE






A construção no século 21 exige sustentabilidade, conhecimento compartilhado e colaboração dos envolvidos na concepção, construção e gestão do uso dos edifícios. Uma das ferramentas para atingir a esse objetivo é o emprego em larga escala do BIM (Building Information Modeling – Modelagem de Informações da Construção).

De acordo com Manuel Carlos Reis Martins, coordenador do AQUA-HQE e do PBE-Edifica na Diretoria de Certificação da Fundação Vanzolini, um dos aspectos principais do BIM é permitir resolver a compatibilidade das soluções de projeto dos vários sistemas da construção antes de iniciar a obra. “Dessa forma, é possível evitar interferências de difícil ou até impossível solução durante a execução e propiciar assim a máxima fluidez da construção”, explica.

O BIM, que já está sendo usado em outros setores da economia, como na indústria aeronáutica e automobilística, é também um grande aliado, entre outras funções, para organizar e encontrar informações com mais facilidade na área da construção civil.

Essas características podem fazer toda a diferença quando um mercado cada vez mais competitivo exige economizar recursos, racionalizar o investimento e valorizar soluções de baixo impacto ambiental em projetos de grande complexidade e volume de dados.

Segundo o arquiteto Bruno Casagrande, que trabalha na área de desenvolvimento de negócios da Diretoria de Certificação da Fundação Vanzolini, trata-se também de um software capaz de avaliar o projeto em todas as suas dimensões e integrá-lo. “O BIM permite que os empreendedores passem mais tempo planejando e projetando para que, quando chegar a hora da construção, o cronograma possa ser otimizado, sem desperdício de material, sem problemas de fiscalização e com as melhores soluções de sustentabilidade”, acrescenta.



Antes e depois

Vale a pena saber o que dá para mudar – para melhor – com a integração das informações de um edifício.

Para começar, é mais inteligente planejar e projetar fazendo uso do BIM. Isso porque o processo de concepção fica mais coordenado e transparente para clientes e equipes de engenharia, arquitetura e construção. Além disso, melhora a compreensão do projeto e contribuições, e facilita as escolhas técnicas, tornando-se um instrumento de apoio à decisão e de controle da qualidade.

Outros aspectos relevantes são a possibilidade de compreensão imediata das consequências de opções ou modificações de projeto e o fornecimento do modelo virtual completo. Sendo assim, o BIM pode ser visto como uma plataforma de comunicação melhorada entre todos os atores do projeto e da obra.

Os recursos facilitam a adequação à legislação e regulamentações, otimizam o estudo de preços e racionalizam o acompanhamento do projeto desde a fase de concepção até a entrega do edifício e em fases posteriores, envolvendo manutenção e renovação.



Mãos à obra

Quando o assunto é construir com BIM, a lista de benefícios é extensa. Fiquemos com apenas seis, simples de identificar: recuperação automática da topografia do terreno; organização de canteiro de obras (4D) ergonômico e seguro; quantificação automática de materiais e produtos construtivos e sua relação com a sustentabilidade, garantindo conforto térmico, visual e desempenho energético; melhoria da logística; previsão de dificuldades, o que encurta e garante prazos de execução; e fiscalização.



BIM e Processo AQUA

A transparência, integração e eficiência no compartilhamento de informações são altamente benéficas para a obtenção da certificação AQUA-HQE. Entre outras características, afirma Bruno Casagrande, com o BIM pode-se trabalhar com simulações de conforto acústico, visual e eficiência energética. “Com isso, consegue-se ver não só as eventuais deficiências, mas também verificar questões de desempenho”, detalha. “Assim, o empreendedor pode ajustar o projeto à medida que ele vai sendo concebido.”

Bruno ressalta ainda que o BIM permite fazer os melhores ajustes técnicos pensando também na racionalização dos custos. “Dessa forma, ele conversa muito bem com o AQUA-HQE, porque o AQUA tem a cultura de primeiro programar, depois planejar, projetar e só então executar”, completa.


PARA SABER MAIS:
Comum na indústria aeronáutica e automobilística, ele também pode ser empregado para planejar, projetar, construir e gerir edifícios sustentáveis durante seu ciclo de vida.


FONTE: Ana Cunha Cribelier

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Sinal verde para a consciência nas organizações


Empresas que adotam certificações relacionadas ao meio ambiente e à sustentabilidade contribuem para minimizar os danos à natureza, além de conquistar credibilidade e melhor desempenho



Certificações relacionadas ao meio ambiente e à sustentabilidade, como a ISO 14001 e o AQUA-HQE – Alta Qualidade Ambiental, desempenham papel relevante no esforço do desenvolvimento sustentável, já que reconhecem, por meio de avaliação rigorosa e sistemática, os resultados obtidos pelas organizações em seus processos e produtos, incluídos aqui o edifício e a infraestrutura urbana e territorial.

O coordenador das certificações AQUA-HQE e PBE-Edifica, da Fundação Vanzolini, Manuel Carlos Reis Martins, ressalta ainda uma série de benefícios gerados para as organizações que adotam esse tipo de certificação, entre eles: “A economia gerada pela redução de perdas de matéria-prima, produtos, materiais, água, energia e redução de resíduos nos seus processos ao longo do ciclo de vida dos seus produtos, no ciclo da construção, que se inicia no planejamento e projeto”. Além disso, há que se ressaltar a vantagem competitiva de produtos sustentáveis, cujo desempenho é superior, com economia e conforto para usuários. “As empresas se beneficiam pela preferência dos usuários por seus produtos de melhor qualidade, principalmente as pioneiras, pelo grande interesse jornalístico das suas ações, gerando um valor substancial de free-mídia, que se reflete na imagem pública”, acrescenta o especialista.

Em meio a esse ciclo virtuoso em formação, o meio ambiente agradece por receber menos pressão. “Com isso, o poder público pode aplicar melhor os recursos arrecadados do cidadão contribuinte, com a redução da necessidade de expansão da geração e distribuição de energia e água potável, por exemplo, pelo menor consumo das infraestruturas e edifícios sustentáveis”, complementa Martins.



Ideias em expansão



No âmbito da construção, um fator essencial para que esse movimento sustentável amplie seu alcance, é a maior divulgação de resultados por todos os agentes, começando pelos empreendedores que desenvolvem e certificam a sustentabilidade dos seus empreendimentos. “Para auxiliar a atingir o grande público, a Fundação Vanzolini oferece aos empreendedores que obtêm a certificação AQUA-HQE, por exemplo, o treinamento dos corretores que serão responsáveis pela comercialização das unidades comerciais e residenciais dos edifícios, para que possam realçar as medidas tomadas para maior conforto e saúde dos usuários, bem como para menores impactos ambientais e maior economia no condomínio, avalizados pela certificação”, destaca Martins.



Papel do Estado e do sistema financeiro



Os órgãos de Estado podem contribuir muito no esforço para salvar o planeta. Essa tomada de consciência permite criar programas amplos que valorizem a sustentabilidade: com sensibilização, formação e treinamento, redução de impostos e menos burocracia na aprovação de projetos e execução de empreendimentos e produtos certificados, e reconhecimento público. “Bancos e seguradoras também podem considerar, nas suas avaliações de risco e consequentes taxas e tarifas, a sustentabilidade comprovada, certificada, como já ocorre em países desenvolvidos”, afirma Martins. 

Os engenheiros, em conformidade com a ética profissional, têm a obrigação de trabalhar aplicando as melhores tecnologias de projeto e construção, que hoje incluem a sustentabilidade das suas obras. “E no campo da pesquisa devem, integrados com equipes multidisciplinares de arquitetos e cientistas sociais, físicos, químicos, biólogos, médicos, entre outros, buscar a inovação para a sustentabilidade, desenvolvendo soluções que nos deem mais tempo para mudarmos nosso comportamento de vida no planeta”, esclarece o coordenador do AQUA-HQE. 

“No planejamento urbano, também é preciso mobilizar competências multidisciplinares, desde o urbanista até o sociólogo. O que surge de mais promissor nesse campo é o conceito de cidades inteligentes e sustentáveis, estudado por vários grupos acadêmicos, como o Conecticidade, do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP”, finaliza Martins.




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Em dia com o meio ambiente



A Diretoria de Certificação da Fundação Vanzolini atua no campo ambiental em diversas frentes:




·                     Na área de sistemas de gestão, a certificação pela norma ISO 14001 atesta que a organização tem um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) coerente e eficaz, controlando os impactos ambientais, economizando recursos, prevenindo a poluição e reduzindo o risco de acidentes. Atenção, pois o prazo de transição para a nova versão da norma se encerra em 2018.


·                     Quando o assunto é construção sustentável, a referência é o Processo AQUA-HQE. Trata-se de uma certificação internacional da construção sustentável desenvolvida a partir da certificação francesa Démarche HQE (Haute Qualité Environnementale) e aplicado no Brasil exclusivamente pela Fundação Vanzolini.


·                     O programa EPD Brasil® fornece declarações ambientais que seguem os padrões internacionais de avaliação de impactos ambientais. Uma EPD® (do inglês, Environmental Product Declaration), também chamada de DAP (Declaração Ambiental de Produto) é um documento verificado e registrado que comunica informações transparentes e comparáveis sobre o impacto ambiental no ciclo de vida dos produtos. O programa brasileiro faz parte do International EPD® System, um programa global para declarações ambientais com base na ISO 14025.


·                     A oferta do processo de etiquetagem PBE-Edifica, por parte da Fundação Vanzolini, se insere na estratégia da entidade em fornecer à sociedade ferramentas na busca pela sustentabilidade em edificações. O PBE-Edifica faz parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) e foi desenvolvida em parceria entre o Inmetro e a Eletrobras/Procel Edifica.


·                     De adesão voluntária, a Certificação Ambiental de Instalações Náuticas, que havia nascido como Projeto Marinas, prevê a adequação física e operacional das atividades dos empreendimentos náuticos, além do controle de poluição do setor náutico e pesqueiro, com o objetivo de melhorar a qualidade dos ambientes costeiros.


·                     A Certificação NBR 15401 Sistemas de Gestão da Sustentabilidade para Meios de Hospedagem atesta que a organização que disponibiliza “Meios de Hospedagem” controla seus impactos ambientais e previne a geração de poluição.


·                     De adesão voluntária, a Certificação ISO 14064 – norma internacional que relata as emissões de gases de efeito estufa (GEE) – comprova que o Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa segue as especificações internacionais e demonstra o comprometimento com a preservação do meio ambiente.




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Para saber mais

A Vanzolini oferece uma série de cursos que esclarecem normas, certificações e processos de auditoria. Veja cursos oferecidos pela Fundação Vanzolini na área de sustentabilidade e meio ambiente.


Rumo a Paris


De 19 a 26 de maio de 2018, a Missão Técnico-Empresarial AQUA-HQE – Paris, organizada pela Fundação Vanzolini, vai proporcionar uma imersão a empresários e especialistas brasileiros no que há de mais inovador no campo da sustentabilidade na construção civil e planejamento urbano.

O roteiro inclui visitas técnicas guiadas a empreendimentos certificados HQE na capital francesa e região e ao CSTB – Centre Scientifique et Technique du Bâtiment, centro de pesquisas responsável pela criação da certificação francesa, que oferecerá, para os membros da missão, curso preparatório para a formação profissional Référent HQE e certificação válida no mundo todo emitida pela entidade francesa.

Mais informações na CERT nos próximos dias.

Está interessado em se inscrever? Fale com:

Arq. Raquel Palhares
raquel@arqtours.com.br
+55 11 99285-4554 (Whatsapp)

Clique no link e baixe o descritivo completo do programa.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Caminhos para evitar o caos socioambiental


As rotas que a humanidade deve trilhar para proteger a biodiversidade e a qualidade de vida passam pela revisão da matriz energética, pelo cultivo responsável da terra, pelas cidades inteligentes e pelo preparo para a constante mudança tecnológica

O economista Jeffrey Sachs, em entrevista publicada no jornal Folha de S. Paulo em 21/11/2017, afirma que para evitar a destruição da biodiversidade e a catástrofe, o mundo precisa cada vez mais de engenheiros. À frente dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), o professor da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, espera que engenheiros possam desenvolver mecanismos para cinco grandes transformações essenciais para o futuro do planeta: mudanças na matriz energética; soluções para o cultivo da terra com baixo impacto ambiental; meios para abrigar bilhões de cidadãos nas cidades; o fornecimento de serviços públicos, como educação e saúde, de qualidade; o preparo das populações para se adaptarem a uma realidade de intensa mudança tecnológica.

Para Manuel Carlos Reis Martins, coordenador das certificações AQUA-HQE e PBE-Edifica, da Fundação Vanzolini, não basta realçar a importância da ação dos engenheiros para encontrar soluções tecnológicas que desagravem um quadro de intensas mudanças climáticas e sociais. “Também é fundamental uma reflexão profunda sobre o nosso modo de vida, que nos trouxe, através da história, à situação atual, e se projeta tenebrosamente para o futuro”, explica. “Para tanto, é preciso mobilizar competências diversas, combinadas, de áreas como sociologia, antropologia, economia, história, geografia, filosofia, política, ética, arquitetura, e outras, além das engenharias.”

Há que se notar que nos ODS da ONU o termo “educação” ocorre 19 vezes, sendo duas relacionadas à educação para a sustentabilidade, enquanto a expressão “estilos de vida” ocorre somente duas vezes. “Podemos perceber que, de modo geral, a consciência ambiental está aumentando genuinamente entre as pessoas, incluindo dirigentes, porém ainda estamos longe de atingir massa crítica que desencadeie uma mudança ampla de comportamento”, acrescenta Martins.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

O planeta está em perigo: o que fazer?


Manifesto lançado por 15 mil cientistas alerta sobre a necessidade de mais empenho e inovação para criar soluções compatíveis com o desenvolvimento sustentável e preservar a vida na Terra 

Um grito de alerta sobre a situação temerária em que se encontra nosso planeta foi lançado por 15 mil cientistas, de 184 países, em novembro. O manifesto, publicado pela revista BioScience no dia 13, veio a público durante a conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 23, ocorrida em Bonn, na Alemanha.


Segundo o documento, não há mais tempo para hesitar em realizar mudanças profundas na gestão ambiental e tomar medidas em larga escala para preservar a vida na Terra.

Entre as ameaças citadas que acentuam a degradação estão o modelo de desenvolvimento econômico e o aumento da população mundial nos últimos 25 anos. Segundo o estudo, desde 1992, quando ocorreu a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro (Eco-92), na qual foi criada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), o planeta ganhou 2 bilhões de habitantes. A projeção para 2100 é de 11 bilhões de pessoas. Em artigo publicado na Ilustríssima em 02/10/2016, o físico Marcelo Gleiser afirma que a terra cultivável do planeta é suficiente para alimentar 10 bilhões de pessoas, no que se refere ao consumo de grãos – isso com uma dieta de base vegetariana.

Em 1992, um grupo de 1.700 membros da Union of Concerned Scientists, uma organização sem fins lucrativos dedicada ao estudo do impacto das sociedades no mundo natural, lançou uma carta aberta ao mundo para alertar que os seres humanos estavam “em um curso de colisão com a natureza”.

Logo no primeiro parágrafo, o documento asseverava que a ação dos seres humanos causava danos muitas vezes irreversíveis ao meio ambiente: “Se não observarmos que muitas das nossas práticas atuais colocam em risco o futuro que desejamos para a sociedade humana e os reinos vegetais e animais, isso pode alterar o mundo vivo a ponto de ele se tornar incapaz de sustentar a vida da maneira que conhecemos”.

Passados 25 anos, os cientistas intensificam a denúncia, ao assinarem um segundo alerta para a humanidade. Encabeçado pelo ecologista William Ripple, da Universidade Estadual de Oregon, nos EUA, o novo documento afirma que “a humanidade não conseguiu fazer progressos suficientes” com relação aos desafios ambientais previstos. “Em breve, será tarde demais para mudar o curso da nossa trajetória”, informa o texto.

De acordo com o coordenador das certificações AQUA-HQE e PBE-Edifica, da Fundação Vanzolini, Manuel Carlos Reis Martins, o manifesto publicado pela BioScience é um alerta importante, pois baseia-se em fatos e observações que demonstram o efeito deletério que nossa civilização e modo de vida têm imposto ao meio ambiente, no qual vivemos e de cuja qualidade dependemos como espécie não somente para sobreviver, mas para viver bem. “Em particular, foca na depleção da camada de ozônio, que protege nossa biosfera dos raios UV, na redução da disponibilidade de água potável por habitante, na redução da vida marinha, nas zonas oceânicas mortas, nas perdas de áreas de florestas, na redução da biodiversidade, nas mudanças climáticas e em todos os efeitos do crescimento grande e desarmônico da população do mundo”, afirma o especialista. Esse alerta está em linha com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.