Diante da perspectiva de que, em 30 anos, 70% da população mundial viva em centros urbanos, é preciso agir para buscar soluções que garantam a qualidade de vida dos cidadãos. Esse é o objetivo maior do grupo de pesquisa multidisciplinar sobre smart cities chamado Conecticidade
Foi na
última década que começou a se difundir o conceito de cidade inteligente, ou
smart city. Antes disso, seria inviável pensar no emprego sistêmico da
tecnologia da informação e comunicação (TIC) na integração de itens da gestão
de uma cidade, como iluminação pública, tráfego e transporte, segurança e
defesa civil, acessibilidade e serviços à população, água e esgoto, e
vigilância sanitária.
A boa
notícia é que hoje a tecnologia, se bem empregada, pode facilitar a vida das
pessoas e contribuir em larga escala para a qualidade de vida nos centros
urbanos. “Todo esse conjunto de tecnologias que vai ajudar as empresas a vender
mais produtos, vai ajudar as pessoas nos seus empregos, tudo isso tem de estar
a serviço de um objetivo maior, que é a qualidade de vida, para que a gente
consiga viver bem, preservar nosso planeta e ter uma continuidade econômica”,
afirma o diretor de Certificação da Fundação Vanzolini, José Joaquim do Amaral
Ferreira.
Grupo de pesquisa na Poli
No
ano de 2007, houve a inversão do número de pessoas que moram em centros urbanos
em relação aos habitantes do campo. Atualmente, mais de 50% da população global
vive em cidades, e a previsão da Organização das Nações Unidas (ONU) é que esse
número atinja os 70% em 2050.
Buscando evitar o futuro sombrio, pesquisadores do
mundo todo trabalham em soluções para garantir a tão almejada qualidade de vida
no meio urbano. Uma iniciativa recente que visa estudar as smart cities teve
início em 2016, no Departamento de Engenharia de Produção da Poli-USP. Trata-se
do Conecticidade – Laboratório de Cidades, Tecnologia e Urbanismo, organizado pelos professores José Joaquim
do Amaral Ferreira, Marcelo Pessôa e Leandro Patah. O núcleo de pesquisa
multidisciplinar conta ainda com a participação da Associação Brasileira de
Escritórios de Arquitetura (AsBEA), da Fundação Vanzolini e inclui membros da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) e
da Fundação Getúlio Vargas (FGV). No escopo do trabalho está a aplicação
prática de conceitos envolvendo planejamento urbano, automação de sistemas da
cidade, big data e as cidades conectadas.
Entre os temas de pesquisa, estão a sustentabilidade
urbana, sistemas de IoT – internet of things (internet das coisas) e as
possibilidades de melhoria dos serviços urbanos, tendo como foco as possíveis
aplicações nas cidades brasileiras. “Estamos com o grupo funcionando desde o
final do ano passado e desde então temos feito reuniões regulares”, afirma o
professor Marcelo Pessôa, presidente do Conselho Curador da Fundação Vanzolini.
“As cidades são muito desintegradas, a estrutura de gestão das prefeituras de
uma maneira geral é muito fracionada.” Isso gera uma série de problemas, como
secretarias que não conversam entre si, demora no atendimento à população,
gestão ineficiente. E a ideia é entender como a cidade pode existir como um
sistema harmônico e integrado. “Ou seja, estabelecer o que é preciso fazer para
ter uma cidade bem gerenciada e que ofereça conforto, que seja agradável, com
segurança e com foco no cidadão. Usando o quê? Tecnologia e gestão”,
acrescenta.
Segundo o professor Joaquim Ferreira, a participação da Diretoria de Certificação da Fundação Vanzolini no grupo colabora com o objetivo de adotar uma visão de sistema, seja no âmbito do meio ambiente, da responsabilidade social, seja no da segurança da informação. “De maneira que a gente possa, juntando as peças desse quebra-cabeça chegar ao que realmente interessa, a nossa qualidade de vida, a preservação de nosso planeta e de nossa sociedade”, completa.
Leia
mais em SMART CITIES.
Nenhum comentário:
Postar um comentário