A
construção no século 21 exige sustentabilidade, conhecimento compartilhado e
colaboração dos envolvidos na concepção, construção e gestão do uso dos
edifícios. Uma das ferramentas para atingir a esse objetivo é o emprego em
larga escala do BIM (Building Information
Modeling – Modelagem de Informações da Construção).
De
acordo com Manuel Carlos Reis Martins, coordenador do AQUA-HQE e do PBE-Edifica
na Diretoria de Certificação da Fundação Vanzolini, um dos aspectos principais
do BIM é permitir resolver a compatibilidade das soluções de projeto dos vários
sistemas da construção antes de iniciar a obra. “Dessa forma, é possível evitar
interferências de difícil ou até impossível solução durante a execução e
propiciar assim a máxima fluidez da construção”, explica.
O
BIM, que já está sendo usado em outros setores da economia, como na indústria aeronáutica
e automobilística, é também um grande aliado, entre outras funções, para
organizar e encontrar informações com mais facilidade na área da construção
civil.
Essas
características podem fazer toda a diferença quando um mercado cada vez mais
competitivo exige economizar recursos, racionalizar o investimento e valorizar
soluções de baixo impacto ambiental em projetos de grande complexidade e volume
de dados.
Segundo
o arquiteto Bruno Casagrande, que trabalha na área de desenvolvimento de
negócios da Diretoria de Certificação da Fundação Vanzolini, trata-se também de
um software capaz de avaliar o projeto em todas as suas dimensões e
integrá-lo.
“O BIM permite que os empreendedores passem mais tempo planejando e projetando
para que, quando chegar a hora da construção, o cronograma possa ser otimizado,
sem desperdício de material, sem problemas de fiscalização e com as melhores
soluções de sustentabilidade”, acrescenta.
Antes e depois
Vale a
pena saber o que dá para mudar – para melhor – com a integração das informações
de um edifício.
Para
começar, é mais inteligente planejar e projetar fazendo uso do BIM. Isso porque
o processo de concepção fica mais coordenado e transparente para clientes e
equipes de engenharia, arquitetura e construção. Além disso, melhora a
compreensão do projeto e contribuições, e facilita as escolhas técnicas,
tornando-se um instrumento de apoio à decisão e de controle da qualidade.
Outros
aspectos relevantes são a possibilidade de compreensão imediata das
consequências de opções ou modificações de projeto e o fornecimento do modelo
virtual completo. Sendo assim, o BIM pode ser visto como uma plataforma de
comunicação melhorada entre todos os atores do projeto e da obra.
Os
recursos facilitam a adequação à legislação e regulamentações, otimizam o
estudo de preços e racionalizam o acompanhamento do projeto desde a fase de
concepção até a entrega do edifício e em fases posteriores, envolvendo
manutenção e renovação.
Mãos à obra
Quando o
assunto é construir com BIM, a lista de benefícios é extensa. Fiquemos com
apenas seis, simples de identificar: recuperação automática da topografia do
terreno; organização de canteiro de obras (4D) ergonômico e seguro; quantificação
automática de materiais e produtos construtivos e sua relação com a
sustentabilidade, garantindo conforto térmico, visual e desempenho energético;
melhoria da logística; previsão de dificuldades, o que encurta e garante prazos
de execução; e fiscalização.
BIM e Processo AQUA
A
transparência, integração e eficiência no compartilhamento de informações são
altamente benéficas para a obtenção da certificação AQUA-HQE. Entre outras
características, afirma Bruno Casagrande, com o BIM pode-se trabalhar com
simulações de conforto acústico, visual e eficiência energética. “Com isso,
consegue-se ver não só as eventuais deficiências, mas também verificar questões
de desempenho”, detalha. “Assim, o empreendedor pode ajustar o projeto à medida
que ele vai sendo concebido.”
Bruno
ressalta ainda que o BIM permite fazer os melhores ajustes técnicos pensando também
na racionalização dos custos. “Dessa forma, ele conversa muito bem com o AQUA-HQE,
porque o AQUA tem a cultura de primeiro programar, depois planejar, projetar e
só então executar”, completa.
PARA SABER MAIS:
Comum na indústria aeronáutica e automobilística, ele também pode ser empregado para planejar, projetar, construir e gerir edifícios sustentáveis durante seu ciclo de vida.
Comum na indústria aeronáutica e automobilística, ele também pode ser empregado para planejar, projetar, construir e gerir edifícios sustentáveis durante seu ciclo de vida.
FONTE: Ana Cunha Cribelier
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