segunda-feira, 12 de março de 2018

Novos paradigmas da construção civil

Método de planejamento e gestão, software e ferramenta útil para empreendedores focados na sustentabilidade, o BIM dialoga com a certificação AQUA-HQE






A construção no século 21 exige sustentabilidade, conhecimento compartilhado e colaboração dos envolvidos na concepção, construção e gestão do uso dos edifícios. Uma das ferramentas para atingir a esse objetivo é o emprego em larga escala do BIM (Building Information Modeling – Modelagem de Informações da Construção).

De acordo com Manuel Carlos Reis Martins, coordenador do AQUA-HQE e do PBE-Edifica na Diretoria de Certificação da Fundação Vanzolini, um dos aspectos principais do BIM é permitir resolver a compatibilidade das soluções de projeto dos vários sistemas da construção antes de iniciar a obra. “Dessa forma, é possível evitar interferências de difícil ou até impossível solução durante a execução e propiciar assim a máxima fluidez da construção”, explica.

O BIM, que já está sendo usado em outros setores da economia, como na indústria aeronáutica e automobilística, é também um grande aliado, entre outras funções, para organizar e encontrar informações com mais facilidade na área da construção civil.

Essas características podem fazer toda a diferença quando um mercado cada vez mais competitivo exige economizar recursos, racionalizar o investimento e valorizar soluções de baixo impacto ambiental em projetos de grande complexidade e volume de dados.

Segundo o arquiteto Bruno Casagrande, que trabalha na área de desenvolvimento de negócios da Diretoria de Certificação da Fundação Vanzolini, trata-se também de um software capaz de avaliar o projeto em todas as suas dimensões e integrá-lo. “O BIM permite que os empreendedores passem mais tempo planejando e projetando para que, quando chegar a hora da construção, o cronograma possa ser otimizado, sem desperdício de material, sem problemas de fiscalização e com as melhores soluções de sustentabilidade”, acrescenta.



Antes e depois

Vale a pena saber o que dá para mudar – para melhor – com a integração das informações de um edifício.

Para começar, é mais inteligente planejar e projetar fazendo uso do BIM. Isso porque o processo de concepção fica mais coordenado e transparente para clientes e equipes de engenharia, arquitetura e construção. Além disso, melhora a compreensão do projeto e contribuições, e facilita as escolhas técnicas, tornando-se um instrumento de apoio à decisão e de controle da qualidade.

Outros aspectos relevantes são a possibilidade de compreensão imediata das consequências de opções ou modificações de projeto e o fornecimento do modelo virtual completo. Sendo assim, o BIM pode ser visto como uma plataforma de comunicação melhorada entre todos os atores do projeto e da obra.

Os recursos facilitam a adequação à legislação e regulamentações, otimizam o estudo de preços e racionalizam o acompanhamento do projeto desde a fase de concepção até a entrega do edifício e em fases posteriores, envolvendo manutenção e renovação.



Mãos à obra

Quando o assunto é construir com BIM, a lista de benefícios é extensa. Fiquemos com apenas seis, simples de identificar: recuperação automática da topografia do terreno; organização de canteiro de obras (4D) ergonômico e seguro; quantificação automática de materiais e produtos construtivos e sua relação com a sustentabilidade, garantindo conforto térmico, visual e desempenho energético; melhoria da logística; previsão de dificuldades, o que encurta e garante prazos de execução; e fiscalização.



BIM e Processo AQUA

A transparência, integração e eficiência no compartilhamento de informações são altamente benéficas para a obtenção da certificação AQUA-HQE. Entre outras características, afirma Bruno Casagrande, com o BIM pode-se trabalhar com simulações de conforto acústico, visual e eficiência energética. “Com isso, consegue-se ver não só as eventuais deficiências, mas também verificar questões de desempenho”, detalha. “Assim, o empreendedor pode ajustar o projeto à medida que ele vai sendo concebido.”

Bruno ressalta ainda que o BIM permite fazer os melhores ajustes técnicos pensando também na racionalização dos custos. “Dessa forma, ele conversa muito bem com o AQUA-HQE, porque o AQUA tem a cultura de primeiro programar, depois planejar, projetar e só então executar”, completa.


PARA SABER MAIS:
Comum na indústria aeronáutica e automobilística, ele também pode ser empregado para planejar, projetar, construir e gerir edifícios sustentáveis durante seu ciclo de vida.


FONTE: Ana Cunha Cribelier

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