terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Caminhos para evitar o caos socioambiental


As rotas que a humanidade deve trilhar para proteger a biodiversidade e a qualidade de vida passam pela revisão da matriz energética, pelo cultivo responsável da terra, pelas cidades inteligentes e pelo preparo para a constante mudança tecnológica

O economista Jeffrey Sachs, em entrevista publicada no jornal Folha de S. Paulo em 21/11/2017, afirma que para evitar a destruição da biodiversidade e a catástrofe, o mundo precisa cada vez mais de engenheiros. À frente dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), o professor da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, espera que engenheiros possam desenvolver mecanismos para cinco grandes transformações essenciais para o futuro do planeta: mudanças na matriz energética; soluções para o cultivo da terra com baixo impacto ambiental; meios para abrigar bilhões de cidadãos nas cidades; o fornecimento de serviços públicos, como educação e saúde, de qualidade; o preparo das populações para se adaptarem a uma realidade de intensa mudança tecnológica.

Para Manuel Carlos Reis Martins, coordenador das certificações AQUA-HQE e PBE-Edifica, da Fundação Vanzolini, não basta realçar a importância da ação dos engenheiros para encontrar soluções tecnológicas que desagravem um quadro de intensas mudanças climáticas e sociais. “Também é fundamental uma reflexão profunda sobre o nosso modo de vida, que nos trouxe, através da história, à situação atual, e se projeta tenebrosamente para o futuro”, explica. “Para tanto, é preciso mobilizar competências diversas, combinadas, de áreas como sociologia, antropologia, economia, história, geografia, filosofia, política, ética, arquitetura, e outras, além das engenharias.”

Há que se notar que nos ODS da ONU o termo “educação” ocorre 19 vezes, sendo duas relacionadas à educação para a sustentabilidade, enquanto a expressão “estilos de vida” ocorre somente duas vezes. “Podemos perceber que, de modo geral, a consciência ambiental está aumentando genuinamente entre as pessoas, incluindo dirigentes, porém ainda estamos longe de atingir massa crítica que desencadeie uma mudança ampla de comportamento”, acrescenta Martins.

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