segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

O planeta está em perigo: o que fazer?


Manifesto lançado por 15 mil cientistas alerta sobre a necessidade de mais empenho e inovação para criar soluções compatíveis com o desenvolvimento sustentável e preservar a vida na Terra 

Um grito de alerta sobre a situação temerária em que se encontra nosso planeta foi lançado por 15 mil cientistas, de 184 países, em novembro. O manifesto, publicado pela revista BioScience no dia 13, veio a público durante a conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 23, ocorrida em Bonn, na Alemanha.


Segundo o documento, não há mais tempo para hesitar em realizar mudanças profundas na gestão ambiental e tomar medidas em larga escala para preservar a vida na Terra.

Entre as ameaças citadas que acentuam a degradação estão o modelo de desenvolvimento econômico e o aumento da população mundial nos últimos 25 anos. Segundo o estudo, desde 1992, quando ocorreu a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro (Eco-92), na qual foi criada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), o planeta ganhou 2 bilhões de habitantes. A projeção para 2100 é de 11 bilhões de pessoas. Em artigo publicado na Ilustríssima em 02/10/2016, o físico Marcelo Gleiser afirma que a terra cultivável do planeta é suficiente para alimentar 10 bilhões de pessoas, no que se refere ao consumo de grãos – isso com uma dieta de base vegetariana.

Em 1992, um grupo de 1.700 membros da Union of Concerned Scientists, uma organização sem fins lucrativos dedicada ao estudo do impacto das sociedades no mundo natural, lançou uma carta aberta ao mundo para alertar que os seres humanos estavam “em um curso de colisão com a natureza”.

Logo no primeiro parágrafo, o documento asseverava que a ação dos seres humanos causava danos muitas vezes irreversíveis ao meio ambiente: “Se não observarmos que muitas das nossas práticas atuais colocam em risco o futuro que desejamos para a sociedade humana e os reinos vegetais e animais, isso pode alterar o mundo vivo a ponto de ele se tornar incapaz de sustentar a vida da maneira que conhecemos”.

Passados 25 anos, os cientistas intensificam a denúncia, ao assinarem um segundo alerta para a humanidade. Encabeçado pelo ecologista William Ripple, da Universidade Estadual de Oregon, nos EUA, o novo documento afirma que “a humanidade não conseguiu fazer progressos suficientes” com relação aos desafios ambientais previstos. “Em breve, será tarde demais para mudar o curso da nossa trajetória”, informa o texto.

De acordo com o coordenador das certificações AQUA-HQE e PBE-Edifica, da Fundação Vanzolini, Manuel Carlos Reis Martins, o manifesto publicado pela BioScience é um alerta importante, pois baseia-se em fatos e observações que demonstram o efeito deletério que nossa civilização e modo de vida têm imposto ao meio ambiente, no qual vivemos e de cuja qualidade dependemos como espécie não somente para sobreviver, mas para viver bem. “Em particular, foca na depleção da camada de ozônio, que protege nossa biosfera dos raios UV, na redução da disponibilidade de água potável por habitante, na redução da vida marinha, nas zonas oceânicas mortas, nas perdas de áreas de florestas, na redução da biodiversidade, nas mudanças climáticas e em todos os efeitos do crescimento grande e desarmônico da população do mundo”, afirma o especialista. Esse alerta está em linha com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

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