Vamos pensar numa situação como a seguinte: ao instalar uma
fechadura na porta de sua casa, você recebe uma chave que dá acesso à entrada e
saída controlada do local. Na semana seguinte, você faz uma cópia para o
namorado que precisa entrar quando você não estiver no local. Passados mais
alguns dias, dá outra cópia para sua irmã que vai alimentar o gato durante um
período em que você vai viajar. E assim por diante. Depois de algum tempo, o
controle da entrada foi para o espaço.
As fechaduras virtuais seguem o mesmo princípio com a senha
de acesso. Quanto mais gente conhecê-la, menor o controle e mais vulnerável
fica o sistema. “O fato é que o mundo está mais complicado na busca por
garantir a segurança das informações. À medida que vão sendo criadas soluções
para os desafios da segurança, vão surgindo novos meios de superá-las”, diz o
gerente da qualidade da diretoria de Certificação da fundação Vanzolini, Airton
Gonzalez. “Há sempre alguém disposto quebrar as regras.”
Hoje temos vários aparelhos eletrônicos conectados à
internet que conversam entre si e que abrem muitas brechas de segurança. E o
nível de preparo para operar esses equipamentos e sistemas é muito irregular.
Basta pensar num avanço tecnológico como o do carro autônomo. “Ele é conectado
à internet. Portanto, pode receber uma orientação divergente e levar o
passageiro a um local diferente da solicitação original ou mesmo causar um
acidente de trânsito”, destaca o gestor. Outro exemplo relativo ao controle de
tráfego é o dos semáforos inteligentes, que, como mostraram diversos filmes de
ação hollywoodianos, podem ser alvos de hackers interessados em facilitar uma
fuga ou gerar o caos no trânsito.
Isso sem falar nos possíveis riscos que a internet das
coisas pode vir a oferecer, com monitoramentos a distância, geladeiras e outros
eletrodomésticos inteligentes – só para ficar no ambiente doméstico. Como será
feito o controle de tudo isso? O fato é que na mesma medida e proporção que a
tecnologia embarcada nos equipamentos aumenta, o risco de ataque cibernético
também cresce.
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